José Antonio Caldas

 

O engenheiro baiano José Antonio Caldas nasceu em Salvador, em 1725 e cresceu nessa Cidade. Sua família era provavelmente modesta. Caldas tornou-se um dos mais conceituados engenheiros do Império Lusitano, no século 18. Ele escrevia o próprio nome como Îosê Antonio Caldas.

Em 1745, era soldado de infantaria. Posteriormente, graduou-se cabo de esquadra na Aula de Fortificação da Bahia (também referida como Aulla Militar), na Academia Militar que funcionava no Forte de São Pedro, onde foi aluno de Manuel Cardoso de Saldanha, um renomado engenheiro militar português.

Em Portugal, criou-se em 1647, a Aula de Fortificação e Arquitectura Militar, que formalizou o ensino e estabeleceu a profissão de engenheiro. Foi precedida pela Aula da Esfera e passou a denominar-se Academia Militar da Corte (1675-1779).

A Aula de Fortificação no Brasil foi criada por Carta Régia de 1699. Para os que não estão acostumados com a terminologia da época, aula era um curso, neste caso, de engenharia. Veja, como exemplo, texto da carta patente do Rei de Portugal, de 3 de abril de 1761, que faz referência a uma ordem ao vice-rei para que "escolhesse hum engenheiro dos melhores que houvesse na Aula Militar daquela cidade" e Caldas foi o escolhido.

Após graduar-se, Caldas foi morar em Lisboa, por mais de um ano, e retornou para trabalhar com o professor Manoel Cardoso de Saldanha, um de seus mestres.

Em 1755, foi convocado pelo rei de Portugal para trabalhar, como engenheiro, nas fortificações das ilhas de São Tomé e Príncipe. Partiu no início de 1756, executou as obras devidas e retornou à Bahia.

Em 1761, pelos bons serviços prestados em São Tomé e Príncipe, o rei Dom José concedeu-lhe a patente de capitão engenheiro com a atribuição de ensinar na Aula Militar da Bahia. Caldas fez vários projetos de engenharia na Bahia e em outras capitanias. Publicou várias obras em manuscritos. Foi pioneiro na utilização da câmara escura no Brasil, que usava em seus levantamentos e cadastros.

Em 1762, entrou para a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. Nessa época, Caldas morava na freguesia de São Pedro Velho, no caminho do antigo Hospício de Jerusalém (atual Largo Dois de Julho). Em 1763, Caldas era Procurador do Senado da Câmara.

Em 1767, Caldas foi enviado ao Espírito Santo, capitania cuja defesa era de responsabilidade da Bahia. Lá, elaborou alguns prospectos da Vila da Vitória, atualmente de grande importância histórica.

Em 1768, o Rei Dom José I nomeou-o Sargento-mor de infantaria com exercício de engenheiro. Em 1769, foi nomeado presidente do Conselho de Guerra.

Caldas foi também Cavaleiro da Ordem de Cristo e, historicamente, um dos mais importantes engenheiros do Brasil. Foi professor da escola de engenharia, onde se graduou, até a sua morte, em 31 de outubro de 1782.

 

Copyright © Guia Geográfico - Cidade do Salvador.

 

Noticia Geral de Toda Esta Capitania da Bahia desde o Seu Descobrimento até o Presente Anno de 1759, de José Antonio Caldas.

O livro foi dedicado ao vice-rei D. Marcos José de Noronha e Brito, que governou o Brasil de 1755 a 1760. Foi levado, por ele, para Portugal. Posteriormente, foi adquirido em leilão, em Lisboa, pelo médico baiano Vital Rego, mais tarde, adquirido pela Câmara Municipal de Salvador.

É uma obra monumental, de valor inestimável, infelizmente ainda sem uma publicação a sua altura. Além do original, a única versão disponível é uma edição fac-similar do manuscrito, publicada em 1951 pela Tipografia Beneditina (foto).

 

José Antônio Caldas

 

História de Salvador

 

Se Primacial Caldas

 

Cidade Salvador

 

(1725 - 1782)

 

 

 

 

Por Jonildo Bacelar