Salvador em 1699

por William Dampier

As ilustrações abaixo de Salvador e da Baía de Todos os Santos foi feita pelo capitão inglês William Dampier, publicada em seu livro A Voyage To New-Holland, &c. In the Year 1699 - Vol. III (disponível para download - 11,4 MB). Foi publicado em Londres, em 1703, com 2ª edição, em 1709, e 3ª edição, em 1729.

William Dampier (1651 - 1715) foi um pirata dos mares, posteriormente tornou-se um dos pioneiros em explorações científicas na América e na Austrália. Fez suas primeiras viagens ainda na adolescência. Entrou para a Marinha Britânica, em 1673. Em 1697, foi publicado seu livro A New Voyage Round the World.

Em 1698, ele foi designado como capitão do navio HMS Roebuck, seu primeiro comando. Sua missão seria explorar a costa ocidental da Nova Holanda, como era chamada a atual Austrália. Ele partiu da Inglaterra, em janeiro de 1699, passou na Bahia, em março, e chegou na Austrália em agosto do mesmo ano. Durante a expedição ele coletou várias espécimes vegetais, registrou animais, dados de correntes marítimas, marés e ventos. Informações preciosas usadas posteriormente por navegadores e cientistas britânicos, incluindo Charles Darwin, que esteve na Bahia no início do século 19.

Na Bahia

Depois de partir de Cabo Verde, em 22 de fevereiro, William Dampier relatou que, em lugar de seguir direto para a Austrália, passaria no Brasil para suprimentos. Durante a continuação da viagem houve revolta da tripulação.

Chegou na Bahia em 23 de março. Dampier descreveu a frondosa vegetação, as praias com algumas casas de pescadores. Descreveu especialmente a construção das jangadas, que ele parecia desconhecer, e comprou alguns peixes dos pescadores. Ao chegar na Cidade, ele relatou ter sido recebido cordialmente pelos portugueses. O governador do Brasil, o português D. João de Lencastre, disse-lhe ser descendente da família Lancaster da Inglaterra.

O porto tinha muitas embarcações, contou 30 grandes navios da Europa. Dampier observou a beleza dos prédios e da paisagem, a adequação do porto, o funcionamento do Farol da Barra (que já operava nessa época) e a segurança dada pelos vários fortes. As ruas principais eram largas, calçadas com pedras. Existiam muitos jardins.

Estimou que a Cidade Alta tinha cerca de 2.000 casas, de dois ou três andares, com árvores entre elas, com paredes grossas construídas com pedras, muitas delas com varandas. Observou que o porto tinha grande movimento de comércio e que os comerciantes locais eram ricos. Tinha também Mr. Cock, um mercador inglês com uma patente de cônsul britânico.

Dampier ficou na Bahia por um mês e dedicou todo o Capítulo 2 e parte do Capítulo 3 de seu livro ao Brasil. Devido à revolta em seu navio, o explorador inglês prendeu seu tenente George Fisher e o entregou como prisioneiro ao governador D. João de Lencastre. Em 23 de abril, partiu para a Nova Holanda, passando por Abrolhos.

Dampier Retornou à Inglaterra, em 1701, quando o tenente Fisher já havia retornado e reclamou das atitudes do capitão, que foi julgado e condenado na corte marcial por crueldade. Nos anos seguintes, Dampier realizou outras viagens, com a publicação de mais livros.

Uma ilustração similar foi publicada posteriormente por Frézier (veja mais abaixo). Compare a ilustração da Bahia (abaixo), feita por Dampier, com a de Froger, de 1696.

 

 

William Dampier

 

Abaixo está uma ilustração de Frézier, similar à de cima, publicada em 1716, em Paris (original na Bibliothèque Nationale de France). Frézier é também autor de uma planta da Cidade do Salvador publicada no mesmo ano.

 

Ilustração de Dampier, 1699

 

 

História de Salvador

 

 

Frezier Baia

 

Salvador no Século 17

 

 

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